Seis anos depois, The Mirandas regressam ao Club Farense

“The Mirandas” regressam ao Club Farense no próximo sábado, dia 28 de maio, pelas 21h30. No concerto apresenta-se “All Those Yesterdays”, o mais recente trabalho discográfico da banda, e os bilhetes podem ser adquiridos no Club Farense, na Papelaria Portugal ou na loja online.

Formados em 2013 por Inês Miranda (guitarra e voz), Luís Caracinha (baixo), Gabriel Costa (piano e sintetizadores), Ivo Ferreira (guitarra) e Ruben Azevedo (bateria), é algures entre as influências do blues e do rock dos anos 50, 60 e 70 que encontramos The Miradas. A nove de janeiro deste ano lançaram o tema "The Storm" em formato digital, o qual integra o EP “All Those Yesterdays” (2021), apresentado em concerto no próximo sábado, dia 28, numa noite “que será bem intimista e especial”, nas palavras de Inês Miranda. Aos temas que compõem o EP juntam-se ainda “canções inéditas, algumas delas bem recentes, que ainda não tocámos em público e que surgiram depois do EP”, acrescenta.

The Mirandas estrearam-se em público em julho de 2013, no Boteco Bar (Loulé), e desde então vêm percorrendo diversos espaços e momentos culturais do Algarve, como é o caso Festival Med (Loulé, 2014), o Festival F (Faro, 2015), a Concentração Motard de Faro (2016), o 7ª Arte Café (Castro Verde, 2016), o Festival Internacional de Blues (Faro, 2016), o Festival *SIGA* (Faro, 2022), o Choque Frontal (Portimão, 2022), entre outros. Em 2016, pisavam pela primeira vez o Club Farense, numa altura em que as versões eram ainda a matéria de trabalho da banda.

Volvidos seis anos, é a este canto situado na Rua de Santo António, uma das suas primeiras moradas, que regressam. Desta vez, “com um formato completamente diferente: vamos apresentar os nossos originais, o nosso primeiro trabalho discográfico – o EP “All Those Yesterdays”, e ainda algumas músicas que não estão no EP. Também haverá espaço para algumas versões, mas o grande objetivo é apresentar este trabalho recente, bem mais maturo”, conta-nos Inês. Em concordância está Augusto Miranda, diretor e programador do Club Farense, ao realçar que “os mais participados concertos da banda decorreram no Club Farense, pelo que faz todo o sentido que regressem agora para mostrar o novo trabalho.”

Um regresso ao Club Farense que carrega um paradoxo: o chão é o mesmo, os pés que o pisam são os mesmos, mas também já outros – feitos de uma pele mais firme e calejada, propriedades que canalizam para o trabalho que apresentam neste espaço, cuja importância no passado lhes provoca hoje um inevitável afeto: “estreámo-nos no Boteco, em Loulé, mas esse concerto foi muito restrito - o público era praticamente feito de amigos e pessoas chegadas. Além de ser uma sala icónica em Faro e um dos espaços mais bonitos para tocar na cidade, foi aqui, no Club Farense, que tocámos, pela primeira vez, para uma plateia grande. Daí que este espaço tenha toda esta carga emocional, também. Todas as noites em que regressámos foram especiais, e ainda há muita gente que nos conhece de lá ou que se lembra de nós por causa desses concertos”, recorda Inês.

Na véspera do concerto, o Club Farense será precisamente o espaço “onde vamos gravar o videoclip do tema que dá nome ao nosso EP – “All Those Yesterdays”, revela a vocalista. Antes de esse videoclip sair à rua, está previsto lançar-se “um vídeo ao vivo de uma canção que gravámos no Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), no ano passado.”

Antes da pandemia, eram cerca de 80 os eventos desenvolvidos por ano no Club Farense, “entre espetáculos, apresentações de livros e conferências”, iniciativas às quais se juntam as realizadas por outras instituições da cidade, às quais o espaço pode ser disponibilizado quer para espetáculos em colaboração com o Club Farense, quer para reuniões ou outros eventos das próprias instituições”, refere Augusto. Hoje, são dois os projetos mais emblemáticos deste espaço cultural centenário: “A Glass of Jazz, desenvolvido no segundo e quarto domingo de cada mês, através do qual servimos um copo de vinho a quem quiser assistir aos concertos; e Quintas no Club, projeto em que na primeira e terceira quintas de cada mês temos uma Jazz Session, a segunda é dedicada à poesia e a quinta à música clássica.”

Questionado sobre a importância da heterogeneidade de expressões artísticas e do atendimento a diversos públicos para a programação do espaço, Augusto refere que “a qualidade e a consistência são duas matérias fundamentais na programação que desejamos desenvolver. Temos de ter em conta que há públicos diversificados, pelo que temos de diversificar também a oferta, olhando para os públicos mais jovens, para os menos jovens, não esquecendo que a cidade tem também muitos visitantes e residentes estrangeiros.”

Alinhado com o pendor histórico que marca o Club Farense onde, “temos também a preocupação de estarmos numa rua icónica, a Rua de Santo António”, preocupação essa que tem vindo a ser concretizada através de A Glass of Jazz, que ao vinho e ao jazz junta assim uma dimensão histórica e um olhar etnográfico: “entre 40 e 50 pessoas ficam a conhecer também a rua onde se desenvolve o evento.” É deste permanente coagular de expressões artísticas que se têm feito os 159 anos de atividade do Club Farense, espaço que ainda hoje bombeia a cultura da região Sul - movimento para o qual vai contribuir o concerto de The Mirandas, no próximo sábado.

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